Câncer de próstata: prevenção

 
 

Muitos pacientes perguntam: "Dr. Walter, quais os fatores de risco para o câncer de próstata? Existe algo que possa mudar ou evitar fazer para não ter câncer de próstata?"

A resposta para essa pergunta é mais complexa do que imaginamos. Sim, existem alguns hábitos e comportamentos nos quais podemos interferir.

E não, alguns dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata não podem ser determinados ou controlados pelo próprio paciente.

Então, vamos aprender um pouco sobre os mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata?

1. Idade

Aproximadamente 11% dos homens receberão o diagnóstico de câncer de próstata durante a sua essa probabilidade aumenta de acordo com a idade.

O risco, por exemplo, de um homem de 50 anos apresentar algum foco tumoral, ainda que assintomático, é estimado em cerca de 15%.

Esse número cresce progressivamente de acordo com a faixa etária e alguns estudos indicam que praticamente 100% dos homens acima dos 95 anos de idade, se investigados, seriam diagnosticados com câncer de próstata.

Devido a esse aumento progressivo do risco, recomenda-se o início da avaliação preventiva da próstata entre os 45 – 50 anos de idade.

2. Raça / etnia

A raça é reconhecidamente um fator de risco para o diagnóstico de câncer de próstata. Pacientes afro-descendentes tem um risco de cerca de 4x maior do que um paciente branco, caucasiano. Devido a esse risco elevado, recomenda-se que a avaliação preventiva desses pacientes seja realizada mais precocemente, entre os 40 – 45 anos de idade.

3. Histórico familiar

Vocês sabiam que 20% dos casos novos de câncer de próstata apresentam um histórico familiar positivo para câncer de próstata? É um numero bastante alto e que destaca a importância do histórico familiar para essa doença.

Da mesma forma que a raça, pacientes com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar sua avaliação preventiva da próstata mais precocemente.

4. Dieta ou alimentação

Existem alguns estudos avaliando imigrantes asiáticos que se mudaram da China para os EUA e que evidenciam que a mudança dietética desses pacientes, baseada no consumo de gorduras saturadas presentes em excesso na carne vermelha e no leite resultaram em um aumento do risco de desenvolvimento do ca de próstata de cerca de 16x.

Acredita-se que o excesso de calorias promovida por esse tipo de dieta influencie no metabolismo do nosso corpo, criando um ambiente propício ao estimulo do crescimento tecidual devido ao excesso de hormônios e substancias que estimulam a proliferação das células.

Não somente a quantidade mas a forma de preparo da carne pode influenciar no risco de câncer. Estima-se que a carne preparada em temperaturas muito elevadas (entre 125 – 300 graus) seja mais danosa por conter uma quantidade maior de agentes mutagênicos na carne.

Um alimento que tem sido associado a um risco menor de câncer de próstata é o tomate. O tomate é rico em licopeno, que é um potente anti-oxidante

5. Obesidade

A obesidade tem sido associada não só a um risco mais alto de desenvolvimento do câncer de próstata mas também com tumores de potencial mais agressivo.

A obesidade associada ao sedentarismo estimula a produção de hormônios anabólicos como a insulina. A insulina tem o potencial de estimulo de crescimento tecidual em todo o corpo e não é diferente na próstata.

6. Cigarro

Não preciso nem explicar, né? Apesar de alguns estudos com resultados conflitantes, o habito do tabagismo está associado também a um risco maior de câncer de próstata. Logo, pare de fumar!

Dr. Walter Costa
Urologista | CRM-SP 105567 | RQE 27622

Mestre e Doutor em Oncologia
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia
Professor da Disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

International Member of the American Urological Association
Affiliated Member of the European Association of Urology

Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2001). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (2006). Membro Associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (2013). Membro Titular do Núcleo de Urologia do A.C. Camargo Cancer Center (2012). Mestre em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente - São Paulo (2011). Doutor em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente - São Paulo (2013). Orientador do Programa de Pós-Graduação em Oncologia da Fundação Antônio Prudente - A.C. Camargo Cancer Center.